Já lá vai o tempo em que o pai tinha que esperar ansiosamente pela notícia do nascimento, de saber o que estaria acontecer para além das portas que o separavam da sua mulher. Actualmente a presença do pai é fundamental, pois podem transmitir a segurança afectiva à mulher que funcionará como elemento tranquilizador e protector.

Numa sala de partos, repleta de inúmeros aparelhos e monitores, o movimento de médicos e enfermeiros é frenética. No meio desta azáfama existem duas pessoas, a mãe e o pai, concentradas num único objectivo, o nascimento do seu filho. Devido a estes constrangimentos, ao intenso movimento e algumas vezes por questões culturais, o pai é frequentemente ignorado e posto à margem do processo do nascimento.

À medida que a gravidez evolui, o pai e mãe fazem um investimento emocional e progressivo na relação com o bebé que vai nascer. É neste contexto que o futuro pai encontra novas possibilidades de participar e investir a sua energia de forma positiva e adequada. Por outro lado, o homem vai desenhando mentalmente os novos contornos familiares e interioriza a sua importância como pai e como marido/companheiro.

Na sala de partos o pai fantasia internamente à cerca da sua paternidade e se deve assumir um papel mais activo e mais responsável no momento do nascimento do seu filho. O pai que assiste ao parto pode e deve ser considerado como fonte de confiança e de coragem para a mulher grávida.
Ao mesmo tempo, o pai sente que faz parte integrante do nascimento e este sentimento é importante para si na construção do seu papel como pai. No entanto, a participação do pai no nascimento deve, ser uma decisão reflectida e ponderada pelo casal, para não correr o risco de se cingir a uma presença vazia, confusa ou mesmo constrangedora.

A presença do pai implica acreditar que o nascimento de um filho depende, tanto da mãe como de si próprio. Deve perceber que cada olhar e cada sentimento desse dia e dos dias seguintes, irá definir sentidos ao longo de toda a vida nas suas significações parentais.

A sua participação é tanto mais importante quanto mais compreendida e esclarecida for a sua tarefa no papel que irá desempenhar durante o nascimento do seu filho.

O lugar do pai deve ser ao lado da mulher, mantendo com ela um contacto visual, ajudando-a a respirar, a relaxar e a fazer força, com palavras de motivação e de encorajamento.

É o pai, com sentimentos e preocupações que contrastam com a alegria do nascimento de um Filho, que cada vez mais necessita de ser envolvido no processo de maternidade. A sua participação em todo o processo pode tornar-se um factor relevante para a tríade familiar, já que o seu envolvimento é um factor facilitador pela segurança que transmite desde o início da gestação até ao nascimento do bebé.

Esse momento irá ficar gravado para sempre  na memória dos pais, pois o mundo pára para acarinhar o acontecimento que acabara de suceder – o nascimento do seu filho – numa sala cheia de máquinas e profissionais, só existe os pais e o bebé.

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