Os benefícios da amamentação são inegáveis, tal como muitas dificuldades, e consequente ansiedade, que advêm quando o bebé não pega bem na mama ou chora inconsolavelmente. Existem várias redes de apoio que nos poderão ajudar durante a amamentação, desde o hospital/maternidade onde o bebé nasce até à La Leche League (http://www.llli.org/Portugal.html) e à SOS Amamentação (http://www.sosamamentacao.org.pt/), por exemplo.
Se o bebé não aguenta mais de 1 hora sem mamar, não há qualquer problema em dar-lhe o peito porque o bebé ainda está a perceber que quantidade precisa para se satisfazer. Mamar é um acto de livre demanda!

Para as possíveis gretas nos mamilos, resultantes da amamentação, existem dois truques que resultam no alívio das mesmas: colocar gotas do nosso próprio leite e deixar secar e/ou colocar dois cremes que eu considero excelentes: Lansinoh e Purelan. Podemos colocar cremes anti-gretas pois, ao contrário do que é afirmado em algumas fontes, o creme não influencia o paladar do leite. Isto porque, antes da mamada, limpamos os seios com um disco embebido em água morna, de forma a eliminar qualquer vestígio de creme. Depois da mamada, podemos colocar uma toalha pequena embebida em água fria de forma a relaxar o peito e o desconforto provocado pelas gretas. Secamos muito bem o peito e os mamilos e aplicamos gotas do nosso leite ou o creme. O que aconteceu também comigo foi que depois da mamada, havia gotas de leite que teimosamente caiam. Neste caso, utilizei discos em algodão da Chicco, entre o peito e o soutien de forma a não manchar a roupa.

No meu caso, para facilitar a subida do leite, facultaram-me um frasco de Occitocina: todos os dias, de manhã, colocava uma gota em cada narina e de facto foi um precioso auxílio. De igual modo, antes da mamada, quando sentia o peito a latejar, colocava uma toalha pequena embebida em água morna, o que aliviava bastante quer a sensibilidade do peito quer a preparação do mesmo para a mamada.

Deveremos dar uma mama de cada vez e até ao fim. O leite do inicio da mamada, acinzentado e aguado, é rico em proteínas, lactose, vitaminas, minerais e água. O leite do final da mamada é mais branco do que o leite inicial pois contém mais gordura, tornando esta o leite mais rico em energia. Paralelamente, se numa mamada começamos pelo peito esquerdo, da mamada seguinte convém alternar o peito, começando primeiro pelo direito e passando depois para o esquerdo.

Nos primeiros dias de vida, em que o bebé não chega a esvaziar cada mama por o seu estômago ser ainda pequenino, é aconselhável extrairmos posteriormente o leite manualmente ou com o auxilio de uma bomba por forma a prevenir que os canais do leite bloqueiem.
Há enfermeiras que aconselham uma ingestão abundante de água, outras que não, alegando que tal favorece uma subida do leite mais dolorosa. No entanto, eu sempre ingeri bastante água não apenas por gosto mas também para aumentar o volume de leite extraído.

Nos casos em que a amamentação não é possível (por exemplo, face a um quadro de depressão materna em que a mãe tem que ser medicada), existem vários leites de fórmula disponíveis no mercado (nas grandes superfícies ou na farmácia): Aptamil, Nutriben, Nidina, entre outros. A dose a preparar é de uma medida rasa de leite para cada 30ml de água fervida arrefecida.

Os bebés pequeninos não devem estar mais de 5horas sem comer devido à descida do nível de açúcar no sangue. Assim, para os acordarmos poderemos fazer cócegas nas plantas dos pés, mudar a fralda, fazer cócegas na barriga, etc.
Pode acontecer que, quando o bebé estiver a mamar, ou depois da mamada, fique temporariamente sem ar. O que poderemos fazer nestas circunstâncias será deitá-lo de barriga para baixo, segurando o seu peito e barriga com a palma da nossa mão, cabeça ligeiramente mais baixa do que o corpo e dar pequenas palmadinhas nas costas do bebé com a nossa mão em forma de concha.

Para arrotar, a melhor posição é sentar o bebé no nosso colo, segurar-lhe a cabecinha com uma mão e com a outra, levemente, exercer pequenas palmadinhas nas suas costas. Lembro-me que a Joana demorava cerca de meia hora para arrotar, por vezes ficávamos com a mão e braço dormentes para conseguir que ela arrotasse. Mas é fundamental, sem dúvida, para evitar que o bebé bolce e se engasgue.

 

Sofia Sousa

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