Sempre ouvimos a frase “nós somos o que comemos” e nunca antes, esta frase esteve tão correcta. A alimentação e nutrição dão-nos os nutrientes necessários para nos “construirmos” e as “peças” para que diariamente o nosso organismo funcione correctamente, mas não só! A alimentação e nutrição é ainda capaz de “adormecer” e “acordar” alguns dos nossos genes, e os genes do nosso bebé!

Esta área de estudo teve início com a conclusão do Projecto do Genoma Humano em 2003, chama-se Nutrigenómica, e estuda o papel dos nutrientes na expressão genética. Surge também outra grande área de investigação, apoiada nos conhecimentos da Nutrigenómica, chamada Nutrigenética, que estuda as características genéticas de cada um de nós, nomeadamente a nossa susceptibilidade para determinadas doenças e as nossas verdadeiras necessidades nutricionais.

Um dos destaques nos últimos anos é o papel da nutrição na expressão genética do bebé, onde a alimentação correcta para a futura mamã pode influenciar a saúde futura do seu filho, nomeadamente o risco de obesidade. Relativamente à grávida, há informações de extrema importância que podemos retirar de uma análise nutrigenética, como a sua necessidade de determinados nutrientes essenciais, nomeadamente em ácido fólico. Mas enquanto estes testes não estão disponíveis para o bolso da maior parte de nós, podemos apoiar-nos em marcadores indirectos como o doseamento sanguíneo dos níveis de homocisteína, disponível na maior parte dos laboratórios nacionais.

A Nutrigenómica e a Nutrigenética são áreas que ainda estão a dar os primeiros passos, mas onde já existe informação suficiente para dizermos que a alimentação correcta da grávida adquire agora uma nova dimensão além do mero fornecimento dos nutrientes essenciais, não descure por isso a sua alimentação.